terça-feira, 17 de fevereiro de 2009


Bem,

Eu confesso!

Sou extremamente narcisista, me acho muito bonita e não penso que isso seja um pecado - cada um tem um gosto e eu gosto do gosto que carrego em mim! Não suporto pessoas metidas a falsos heróis, exageradas, com suas roupas de falaz humildade...Também desprezo os pérfidos "auto-confiantes", sempre jogando na cara dos que os cercam um espelho "trucado" que exarceba suas também pérfidas qualidades. Antes, prefiro os calados, aqueles que espreitam na sombra, mas carregam na alma toda a luminosidade de um sol.

Se tivesse que nascer de novo, não nasceria diferente de mim, por que já me acostumei com todas as minhas oscilações. Defeitos, claro que tenho, sou perfeitamente humana. Mas aprendi a respeitá-los, não só em mim, mas também em outrem, assim que os identifico. Pessoas que carregam um todo de nós nos soam sempre divergentes, isto é inerente a nossa natureza ostensiva. Antes, julgava que o fator primeiro da corrupção humana fosse o poder, agora acredito ser a vaidade a grande responsável, matriz de todo ato inumano e insandecido. Não me excluo desta máxima, antes me coloco a frente, de cara no muro, costas dadas a todo e qualquer algoz. Afinal, ninguém gosta de fotos que são mal tiradas...de ângulos imperfeitos ou marcas sublinhadas. Alguns, fingem até...fingem...

A alma de um homem não goza...o que goza é o corpo. Certa vez ouvi uma pessoa distante dizer da sua adoração por Cristo na Cruz! Agora entendo por que tal visão nos é tão dolorosa. Não cabe a mim uma explanação, cada qual entenda como quiser o parágrafo que vos apresenta a questão.

Tenho muitos pseudo-conhecidos, tenho muitas linhas nas mãos, um destino a ser escrito com força, paixão, dor, beleza e poesia... quem escolhe a caneta sou eu, sou uma literata da minha vida, e se tiver que ser trágica que ao menos seja de uma tragédia nobre de valorores e significado. Dou inteira importância ao signo. Brinco de cadência com ele o tempo todo e me movo, e o movo, ao meu bel prazer. Não sou hedonista, a vida mostra que este estilo é inviável e pouco provável, embora muito, muito sedutor.

Tenho algumas responsabilidades com o amor. Amor incondicional é só para o homem que levou a ferro e forja a palavra PAIXÃO!E eu, já não sou Deus, nem tenho pretensões de voltar a ser ( já chorei muito ao longo da trilha). Ainda assim, admito que o amor pressupõe também obrigações, entre elas, o cuidado! Amar é cuidar! Cuidar é doar-se...aqueles que não se dão, simplesmente, não amam. Alguns pensam agora: que rapariga mais presunçosa! Para estes respondo: cansei de relativizar, e exerço aqui o meu direito de ser radical, ao menos comigo, ao menos com o que se passa na minha cabeça neste exato minuto deste exato tempo!

Certeza? Sim, tenho muitas...todas descartáveis...

Não tenho certeza de que não existem certezas...até por que não tenho certeza de nada...

Rá! Nestes axiomas residem o perigo de toda a execração do homem...É proibido proibir! Alguém por favor me conta onde foram parar os que oscilavam de profundo orgulho diante do rubro fundo da foice? Foi-se um, se foram todos... Porisso sou assim, curvilínea. Não tenho motivo para me prender a nada...a não ser pelo cuidado que dispenso àqueles que zelo!!!

Este texto, este espaço, este confessionário não deve ser linear...jamais...se pretende ter analogia com esta que aqui registra suas divagações...

Este espaço não tem o compromisso de ter início, meio ou fim. Isto aqui é um círculo...uma mandala...um mantra.

Para quem grito? Grito para todos aqueles que se sentam em suas confortáveis cadeiras de botique, bocejam e pedem para que o jantar seja servido! Berro, em voz gutural!!!!

Sou grande...sou imensa naquilo que faço...por que a vida é liquida...minhas entranhas, voláteis e minha alma tem a velocidade do som.

Assim abro minhas confissões, o meu coração, meu cofre de mármore onde, inerte, repousa o meu duplo!

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